domingo, 15 de setembro de 2013

Não Gosto de Pessoas

Que preferem o orgulho
Que escolhem o próprio umbigo
Que escondem a verdade
Que mentem não mentir

Que gostam do desgosto
Que gostam do medíocre
Que gostam de dinheiro
Que gostam de novelas

Que planejam vingança
Que atropelam os outros
Que racionalizam sentimentos
Que abafam seus gritos

Que não gostam de sorrir
Que não gostam de crianças
Que não gostam de sonhar
Que não gostam de pessoas

sábado, 27 de julho de 2013

O som de uma lenda

Em 1989, a Honda fornecia o motor que empurrava os carros de Alain Prost e Ayrton Senna, ambos da McLaren e respectivamente campeão e vice do campeonato mundial de automobilismo daquele ano.

21 de agosto, Ayrton Senna, no treino classificatório do autódromo de Suzuka (Japão), faz a volta mais rápida não só do fim de semana, mas da pista. Os japoneses chamam “a volta mais rápida do mundo”.

Para trazer à vida esse dia histórico, os japoneses da Honda, baseados nos dados da telemetria, na captura da televisão e nas características do motor, montaram um sistema de luz e som capaz de reproduzir a volta mais rápida do mundo. Para quem gosta de automobilismo é legal. Para que é fã do Ayrton Senna é emocionante.

Confere a homenagem:


terça-feira, 4 de junho de 2013

Cinema e rock

Somos tão jovens

Muito se especulou sobre o filme que narraria a vida e obra de Renato Russo. Assim como com as biografias, diversas que existem, nunca me interessei pela especulação. O ponto de vista de alguém que o conheceu, que o pesquisou ou até quem sabe, criou estórias, é bacana, mas não imperdível. Prefiro a minha versão da história, versão que concluí sendo fã, sendo um legionário.

Resolvi dar o braço a torcer e conferir “Somos tão jovens”, que assim como as inúmeras biografias do Renato, foi uma proposta de contar a sua trajetória, na vida e na carreira. Para mim, proposta pretenciosa.

O filme não falha sobre os principais pontos da vida e obra do trovador solitário, é verdade, mas deixa a desejar nos detalhes. A autoria de algumas músicas está disposta em lugares errôneos na linha do tempo do filme. A pouca ênfase que se deu a importante participação de Herbert Vianna no rock de Brasília e na carreira de Renato, não condiz com o real. E, por fim, não lembro de ter visto no filme que foi o André Petrorius quem batizou o Aborto Elétrico, inspirado em uma ocorrência policial na UnB, que resultou no estupro de uma estudante grávida com cassetetes elétricos.

Contar a história até a época anterior ao sucesso foi um acerto. Acerto também visto no filme do Zezé di Camargo, afinal, todo o resto da trajetória, o mundo já sabe.

No geral, um bom filme. Apenas bom.


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Faroeste Caboclo

Esperava o drama-aventura-faroeste-candango-caboclo-brasuca. Vi nada além de filme para televisão. Não que seja ruim, mas é que falta na narrativa algo que nos remonte a visão de mundo que o Renato ofereceu na letra da música. Um novo embate acontece na canção, não são burgueses e proletários que batalham pela dominação. É algo mais simplista, mais reducionista. A batalha de oprimido e opressor se dá entre Joãos, pobres e bandidos, enquanto a classe média apenas observa, não acredita no que vê na TV. O filme se agarra ao final e traz ele logo de cara. Mostra a que veio, mas não traz a essência da música.

Por fim, se trata de uma adaptação baseada na canção. Não precisa ser minuciosamente comprometida com o fidedigno. Apenas amarrado a ideia final.

***

Recomendo os dois, pois a vida e obra de Renato Russo precisa ser lembrada e relembrada.

Omnia Vincit

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Olhos abertos, num piscar são dez anos

Quando as pessoas passam a confundir a vida com a busca pelos ganhos materiais, algo está errado.

Conheço gente que passa mais tempo trabalhando do que qualquer outra coisa. Passam a vida toda sem passar pela vida. Acordam para trabalhar e, de repente, se passaram 20 anos. 

Em uma das muitas conversas com meu avô, lembro dele me dizer: “tinha uns trinta anos, trabalhava dia e noite até que de repente, dirigindo meu carro, percebi que estava com cinquenta anos”. Não há como prever nossa vida, mas espero viver as coisas simples. Espero não estar olhando para o meu umbigo e perdendo um momento de glória. Espero não estar cansado demais para fazer algo que me faça bem. Com 50 anos, quero ter lido mais de 500 livros e saber muito bem como cheguei lá.

“Então me abraça, me abraça forte... o tempo passando num piscar são dez anos”.