terça-feira, 4 de junho de 2013

Cinema e rock

Somos tão jovens

Muito se especulou sobre o filme que narraria a vida e obra de Renato Russo. Assim como com as biografias, diversas que existem, nunca me interessei pela especulação. O ponto de vista de alguém que o conheceu, que o pesquisou ou até quem sabe, criou estórias, é bacana, mas não imperdível. Prefiro a minha versão da história, versão que concluí sendo fã, sendo um legionário.

Resolvi dar o braço a torcer e conferir “Somos tão jovens”, que assim como as inúmeras biografias do Renato, foi uma proposta de contar a sua trajetória, na vida e na carreira. Para mim, proposta pretenciosa.

O filme não falha sobre os principais pontos da vida e obra do trovador solitário, é verdade, mas deixa a desejar nos detalhes. A autoria de algumas músicas está disposta em lugares errôneos na linha do tempo do filme. A pouca ênfase que se deu a importante participação de Herbert Vianna no rock de Brasília e na carreira de Renato, não condiz com o real. E, por fim, não lembro de ter visto no filme que foi o André Petrorius quem batizou o Aborto Elétrico, inspirado em uma ocorrência policial na UnB, que resultou no estupro de uma estudante grávida com cassetetes elétricos.

Contar a história até a época anterior ao sucesso foi um acerto. Acerto também visto no filme do Zezé di Camargo, afinal, todo o resto da trajetória, o mundo já sabe.

No geral, um bom filme. Apenas bom.


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Faroeste Caboclo

Esperava o drama-aventura-faroeste-candango-caboclo-brasuca. Vi nada além de filme para televisão. Não que seja ruim, mas é que falta na narrativa algo que nos remonte a visão de mundo que o Renato ofereceu na letra da música. Um novo embate acontece na canção, não são burgueses e proletários que batalham pela dominação. É algo mais simplista, mais reducionista. A batalha de oprimido e opressor se dá entre Joãos, pobres e bandidos, enquanto a classe média apenas observa, não acredita no que vê na TV. O filme se agarra ao final e traz ele logo de cara. Mostra a que veio, mas não traz a essência da música.

Por fim, se trata de uma adaptação baseada na canção. Não precisa ser minuciosamente comprometida com o fidedigno. Apenas amarrado a ideia final.

***

Recomendo os dois, pois a vida e obra de Renato Russo precisa ser lembrada e relembrada.

Omnia Vincit