segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Contra Pilotagem

Já contei amenidades, relatei a rotina, declamei poesia, compartilhei canções. Expressei quase tudo o que queria e, como fosse por força maior, por aqui continua esse vazio digital, esse peso de coisa pouca e pouca coisa. Continuo vendo um layout agradável com informações frias, comentários anti-congestionantes (daqueles que é bom ler quando estamos com as narinas entupidas), relações superficiais, pseudo-intelectuais com suas resenhas diárias de desagrado e tolice.

Como eu poderia mudar isso? Não há como. É como quase tudo na vida: a política sempre será corrompida, o futebol (no Brasil) sempre terá apenas duas torcidas, a religião sempre será ligada à alienação das massas, todos iremos machucar e machucar-nos com o amor, depois do muito vinho virá ressaca... pouca coisa escapa a essas verdades absolutas.

Mas será mesmo verdade a frigidez comportamental desses personagens expostos por essas páginas? Será mesmo que ninguém fala sério? Parece-me que não.

Vivem em suas espaçonaves digitais, comandando o ataque ao mundo rival e, às vezes, aos próprios aliados, como presidentes napoleonados e famintos por tudo que se diz alheio. Passam horas voando com suas naus aladas (pois o tempo da navegação já passou, é a vez das SEDUV - super espaçonaves digitais ultra velozes), condenam o complexo, supervalorizam inutilidades, transbordam a espaço virtual com suas ladainhas românticas, baseando sua vida digital em slides e recados tolinhos e perigosos. E quase me peguei cometendo os mesmos ingênuos erros!

Mas preparei a pista, chequei as condições do tempo, comecei a descer e consegui: pés em terra firme! Agora é tempo de construir uma sólida base palpável para começar a operação de resgate aos pilotos perdidos.

Declaro iniciada a Operação Secreta de Regate Contra Pilotagem.