quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Bifurcação



"Mas a dúvida é o preço da pureza
e é inútil ter certeza."

[Infinita Hiway - Engenheiros do Hawaii]

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu Gosto é do Estrago

Dedo em riste
Olhar altivo
Sarcasmo na voz
Ironia no sorriso
Malícia na ideia
Prepotência na expressão

Será possível que esse menino não aprende?
Mas cá entre nós, ser bonzinho de mais é um saco, neh?!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Paraquedas

Tenho me dividido em conformado e revolucionário. Não consigo me apaixonar todo dia pela pessoa errada. Tenho guardado coisas em mim que procuro esquecer. Tem sido complicada a busca pela simplicidade.

No fim das contas, as pessoas que nos querem bem nem sempre são as mesmas que a gente quer bem, e vice versa. Lembro de uma teoria das balanças desiguais... mas isso é papo de covarde! Acho que cada um é o que quer, sente o que quer e faz o que dá na telha! Então, não há espaço para desculpas como a instabilidade do universo ou o retorno de saturno, cada um que seja responsável pelo que cativa e pelo que rejeita.

Consciente de minhas responsabilidades, espero ansioso pelo que não sei, tateando no escuro da incerteza. Ato de procurar esperando. Mas acredito também, que posso ser surpreendido com algo que caia de paraquedas no meu quintal e que não seja de se rejeitar.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Arguto Descontente

Conheço a cor dos argumentos
A ideia das palavras soltas
Redesenho letras e tormentos
Dando-lhes essência outra

Traço o verso com caneta
Transbordo o papel de ideias
Revivendo a cada feceta
Não amor, lembranças velhas

Tristeza é o não poder
Disseminar as intenções
Pensar e escrever
Mas não chegar aos corações

Alegria é sentir
Que tudo o que bradei
Agora fala por mim
Pois sempre me calei

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Quebra Cabeças



Há certas coisas
que nos parte o coração e
que transformam nossas vidas
em um quebra cabeças
com peças faltando.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Tempo-Espaço


Depois de alguns anos,
descascar laranjas
se torna uma ciência:
como lhe tirar a roupa, sem feri-la?


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dias Fora do Páreo [São Paulo-SP]

Sair da Paraíba, enfrentar uma madrugada de 8ºC, acordar cedo e caminhar ao vento pelas avenidas com o termômetro bradando 10ºC, não seria bom, se gastasse esses dias e dinheiro, resolvendo pendências burocráticas, numa fria viagem de negócios. Mas graças a Deus, a segunda-feira foi de negócios e a terça-feira de turismo.

São Paulo é realmente tudo o que falam por ai: Imensa, fria, congestionada, hiper-populosa e estressante. O frio é o charme, o tamanho é pra impressionar mesmo, o mau trânsito pode ser evitado e a população é gente como a gente, vinda de todo canto do planeta.

Não vou falar que visitei o Museu do Futebol, que conhecí alguns shoppings, nem que utilizei os dois aeroportos da São Paulo-metrópole, muito menos que andei por todo ABC Paulista. Só deixarei o relato que, mesmo que não se tenha futuro fechar contrato com a gravadora, a viagem por si, valeu muito a pena.




segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mobile

Era noite de sexta-feira (08/05/09). Estava em mais um quarto de hotel, acompanhado de um frigobar, uma TV desinteressante (até porque tenho limitado os canais aos quais dedico meu tempo), um ar condicionado barulhento e meus pertences pessoais.

Reparei nas funcionalidades dos meus pertences e logo pensei em redigir esse texto. 

Quando criança, jamais poderia imaginar que teria um computador que carrego em uma pequena mala e que com ele, posso navegar na internet onde estiver. Como seria possível prever que carregaria comigo, em um pequeno aparelho, centenas de músicas e vídeos que posso reproduzir sem trocar fitas ou cd's? Fotografar e armazenar milhares de fotos em uma câmera, isso também acho difícil ter aparecido como tecnologia em algum filme futurista dos anos oitenta. Celulares, esses talvez tenhamos pensado, mas não tirando fotos, usando duas linhas simultâneas (chips), reproduzindo mp3, projetando vídeos na parede, navegando na internet, com touch screen, vídeo conferência... por aí vai. Pra falar mais sobre essa tecnologia crescente, noticiou-se essa semana a possibilidade de transferência de energia via wireless! Uma mistura de indutância com propagação acústica torna possível a ideia de não precisarmos mais de baterias em nossos aparelhos. Talvez, em breve, todos eles serão alimentados via wireless (genial e ecologicamente correto).

Mas espero que essa corrida tecnológica esqueça o mundo das guitarras! Ainda quero afinar manualmente minhas garotas (já lançaram a guitarra auto-afinantes), ainda quero o ruido das distorções transistorizadas, ainda quero a fervor das válvulas dos amplificadores, ainda quero a sonoridade do efeito chorus analógico e com certeza, ainda quero tocá-la, porque acredito que muito em breve aparecerá um robô-guitarra-auto-tocante!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sobre Caninos e Molares




"Quem tem dentes,
um dia,
acaba mordendo."





quarta-feira, 13 de maio de 2009

Garantias e Garantias

Sempre, de forma inconsciente, procuro razões para me arrepender. Às vezes a razão é tanta que dá vontade de vomitar. Não fosse a distração maior que a agonia, vomitaria mesmo.

Compre-me quem tiver dinheiro suficiente.
Use-me quem achar que pode.
Esqueça o que sou quem não me merecer.
Tropece quem botar o pé.
Maximize-se quem me maximizar.
Foda-se quem me sacanear.
Ganhe vista das minhas costas quem olha para o próprio umbigo.
Tome como ofensa se a carapuça servir bem.
Receba a mesma moeda quem rouba o troco de alguém.
Ame a mim quem ganhar meu sorriso.
Vença quem enfrentar o perigo.

E eu que achava que apenas por acreditar em um sonho, isso seria a garantia que ele se realizaria. Já fui criança, aprendi cedo que nem tudo que a gente quer chega como presente de Natal, mas ainda assim teimo em achar que essas garantias são palpáveis, quando não.

Sei que não, teimo que sim. Arrependo-me para depois me “re-arrepender”.
E assim sigo me distraindo, ao medo da solidão!

[Porque todos fomos crianças...]

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Nova Fase – Velhos Sonhos

O que significa a MAQE retomar as atividades?

A afirmação pessoal do que sei e quero fazer. A busca por um sonho antigo. Tentativa de tocar e tocar as pessoas. A prova de não precisar provar nada. A engrenagem do dom recebido. O poetizar por poetizar. Melodiar por bem.

Hoje, não espero mais que o mundo gire ao meu redor. Isso é coisa ultrapassada! Na verdade, sem o pesar das palavras, quero girar ao redor do mundo e o influenciar na medida do que seja agradável. Pessoas perguntavam: “por quê?” Outras: “mas não tava no caminho certo?” Afirmavam: “melhor assim.” Ou: “que pena, achei que isso não aconteceria.” E eu concluía: “quem sabe! Veremos no que dá.”

Afinal de contas, ao observar mais atentamente, são nove anos de história, sem contar com a parada de quatro anos entre a primeira e a formação atual. São amizades construídas com brigas, afinidades, falta de dinheiro, sonhos em comum e vontade de produzir canções relevantes. São três cd’s lançados e um outro prontinho, esperando o momento de dar as caras na cena. Sem contar nas centenas de canções inéditas, algumas que a MAQE nunca tocou e que guardei com carinho (como criança que guarda doces pra mais tarde).


Pensando em não botar os pés pelas mãos, devagar e com cuidado para não estragar as engrenagens frágeis, vamos retomar ensaios e datas que havíamos cancelado. Quem sabe fazer uma nova seção de fotos?! [risos].


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Jardins de Cáctus




"Mavin Gaye me consola
Governos me esfolam
Mulheres me desgovernam."




[Dias - Dado Villa Lobos]


terça-feira, 21 de abril de 2009

Sobre Viagens no Tempo

Cinco dos filmes que estão na minha lista de preferidos têm como tema viagens no tempo.

Hoje, depois de ver mais uma vez a trilogia “De Volta para o Futuro”, concluí a seguinte tese:

Se aqui, no presente, eu construir uma máquina do tempo e resolver me visitar no futuro, obviamente, estarei (lá no futuro) esperando minha chegada. Talvez, quem sabe, por já dominar a ciência de viagens cronológicas, seja um veterano viajante, mas mesmo tendo viajado tanto, acho que seria luminoso ficar esperando a minha chegada, direto do passado, concluindo a primeira viagem para me congratular por tão glorioso feito.

O melhor: depois desse encontro, poder dizer: Estou com saudades de mim mesmo!

Os Cinco filmes preferidos, dentro desse tema:

1.De Volta para o Futuro
2.De Volta para o Futuro II
3.De Volta para o Futuro III
4.Em Algum Lugar do Passado
5.Donie Darko

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Longe de Casa [Campina Grande-PB]

No ar, um cheiro de amaciante industrial misturado com desinfetante de banheiro. Bom! Pelo menos não é o temeroso odor de mofo ou sujeiras diversas.

Penso na quantidade pessoas que já utilizaram aquele velho telefone bege, dotado de um longo fio preto em espiral. Serviços de quarto, reclamações, ligações para a família... Logo imagino frases como: “eu te amo e estou com saudades” e outras: “não tem volta!” De tudo um pouco. Tão surrado também está o adesivo com os ramais internos dos serviços prestados que está colado no “vintage” aparelho telefônico. [lembro: Preciso ligar para a lavanderia e pedir para passarem minhas camisas!]

A contrariedade do banho aquecido e do chão gelado me faz pensar em tomar mais vitamina C, para tentar prevenir uma possível gripe não esperada. Saio, do vapor e da água quente do banheiro, direto para o chão gelado e cobertores frios pelo ar-condicionado.

Pior é a indecisão: sair pra jantar ou pedir um suculento sanduíche de queijo com uma jarra de suco de laranja (pra começar a prevenção!)? Concluo: melhor sair pra conhecer um pouco mais a cidade.

De volta ao “lugar comum, onde qualquer um se esconde”, o frigobar parece ter uma mensagem subliminar no seu designer que nos estimula ao consumo! Ta, já entendi: pego uma garrafa de água mineral com gás. Se não quer consumir, não frequente hotéis.

A porta da varanda diz com um cartaz artisticamente bem elaborado: “Favor, para sua própria segurança, não deixe a porta da varanda aberta. Atenciosamente, a Direção.”. Poxa! E se eu quiser deixá-la aberta, o hotel não se responsabiliza por meus pertences? [Não tenho noção alguma sobre direito do consumidor no ramo de prestação de serviços]. Melhor atender ao pedido e deixar a porta fechada.

Porta bem fechada; a garrafa de água mineral com gás, já sem gás e sem água; as camisas já foram para a lavanderia, retornam amanhã. Sem fome. Sem sono. No telefone não tem o número do serviço “conversa aleatória”. A tv com seus setenta, oitenta canais, não prende minha atenção. Acordarei cedo, mas não custa passear pelo hotel antes de dormir.

Ao tentar dormir, lembro de uma velha música dos Engenheiros do Hawaii:

“Não tenho estado muito em casa ultimamente, nem me lembro quanto tempo faz... Aprendi a não olhar pra trás. Eu conto as horas que passam, eu conto estrelas no céu, na solidão das noites sem graça nos quartos de hotel. Como se chama essa cidade? Como se chama atenção? De uma cidade que dorme enquanto a gente, infelizmente, não? Bobeiras da noite, noites inteiras pensando bobagens, bebendo besteiras, sem companhia, sem companheira, nos quartos de hotel. Amanhã numa cidade diferente, não haverá diferenças no ar. As noites passarão do mesmo jeito, as estrelas estarão no mesmo lugar.”

Essas são algumas das minhas constatações solitárias em quarto de hotéis. Há quem diga que viajar a trabalho não é viajar e sim trabalhar. Mas o trabalho dignifica o homem (frase feita, apenas essa!) e viajar trabalhando para mim é o útil somado ao agradável. Por isso, essa postagem vai para o marcador “Sobre viagens”.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Passando Sobre Nós

Todo parecer desleal é, tão somente, vontade de ser melhor. Quando alguém insiste em tentar nos dar conselhos com base em especulações sobre nossas vidas, esse ato glorioso, torna-se uma comédia grosseira.

Eloquentes, mas geralmente sem a hermenêutica necessária, nos tiram as vírgulas e nos cobrem de interrogações, com as quais, nem mesmo cabe a eles as respostas. Acho até covardia falar sobre o que não se sabe, mas trazendo esse contexto para mim, se falasse apenas sobre o que domino, este blog estaria lotado de postagens sobre eletrônica e guitarra. Antes covarde, que medíocre!

Passam sobre nós conclusões tão superficiais quanto suas vidas e esquecem que na multidão de palavras, a chance de haver um emaranhado de imbecilidades é bem maior (mas não vou me ater à estatística, nem a informações exatas, sou péssimo nisso).

Sem tempo a perder - Poucos são os que sabem que é necessário filtrar o conteúdo dos amigos, colegas e familiares. Não porque somos melhores, mas a busca por crescimento tem melhor resultado no filtrar calado, do que no falar atropelado.



sábado, 21 de março de 2009

Aceitando Fatos

Não busco a volta por cima.
Não aceito pelo nome.
Não concordo com essas palavras.
Não remonto quebra-cabeças.
Não nego a indiferença.
Não amanheço novas idéias.
Não recorro à contraceptivos.
Não abuso da boa vontade.
Não estou à procura de nada.
Não estimo cacos de vidro.
Não me preocupo com o preço da gasolina.
Não durmo o suficiente.
Não quero merecer carinho.
Não tenho medo da banalidade.
Não vivo sonhos alheios.
Não sonho coisas minhas.
Não quero escrever.

Não estou bem!


sexta-feira, 20 de março de 2009

Traga-me Algo pra Animar

Hoje eu sei: pensava ser maduro há tempos atrás, sem o ser. Mas será que constatarei daqui a dez anos que não sou maduro agora?

Creio que madurecer não significa perder o encanto, incrustar-se de lembranças vagas sobre situações melancólicas, pagar as contas, assumir responsabilidades, morar sozinho... mas a capacidade de refletir e tirar conclusões honestas à respeito de si. Entendo que é preciso assumir responsabilidades, guardar lembranças... Mas acho que se desfazer de ilusões é o ato crucial e por fim, ter a consciência limpa.

O problema é alcançar essa maturidade (conclusão honesta a respeito de si), quando “nosso mundo está errado; quando o que temos é um catálogo de erros; quando precisamos de carinho, força e cuidado”, e todos, por isso, se afastam. É o tal “mecanismo indiferente” que o Renato Russo nos sugeriu em seu “Livro dos Dias”.

A conclusão sincera: tenho me afastado de mim, usado de arrogância medíocre, deixando certezas juvenis para trás e “Perdendo o encanto antes cultivado”. Ando mergulhado por querer numa piscina de solidão, sem saber com o que sonhar. Perdendo o gosto pela leitura, sentindo-me velho, feio, gordo e incapacitado. Agindo de forma intolerante e mesquinha. Vestindo roupas que não me agradam. Concordando com planos que não condizem com o que acredito. E tantas outras coisas... Mas tudo isso com a consciência tranquila, por ter coragem de enumerá-los.

Prosseguindo nesse novo caminhar: Espero que, muito em breve, venha um post para o marcador “Das Coisas que Eu Entendo”.



quarta-feira, 11 de março de 2009

Quando os Refrões são Legais...

Já foi dito aqui: sou um pesquisador de produções musicais independentes, de boa qualidade e divulgadas na Internet. Quando começo a ficar nervoso por não aguentar mais as músicas que escuto, é fato: preciso pesquisar coisas novas! Não é que em dias assim eu delete tudo e/ou jogue fora minhas coleções, mas fico ansioso para ouvir progressões melódicas diferentes (talvez por ser um músico que aprecia o improviso), letras que tentem sugerir outros temas, ou mesmo com um outro ponto de vista para idéias já compostas antes.

Foi com essa minha agonia (no bom sentido), que conheci a banda de rock gaúcha Pública, o mpb do conterrâneo Ditelles Araújo, a simplicidade perfeita da banda TMD, a falta de cerimônia da banda Polara... e por ai vai. Hoje, quando por indicação resolvi pesquisar sobre a Daysleepers (banda sergipana, muito boa por sinal), achei o trabalho de um cara que, a princípio, em caráter de curiosidade, baixei o seu disco. Falo do Daniel Lopes, um antigo parceiro do também cantor e compositor Leoni.

Tomei um choque! Escutei logo de cara a música “Mais e Mais Refrões” e as frases iniciais pareciam ter sido compostas para eu ouvi-las ali mesmo, sem tirar nem pôr nenhuma letra. Talvez pela fase de “entressafra” que atravesso. Mas é muito bom sentir as músicas pra si!

Você pode reinventar
Se transformar
Em mil versões
Você até trocar
O que é real
Por ilusões
Palavras vêm voando
E quando caem
Querem se juntar
Vão se amontoando até formar
Mais e mais refrões
Você pode deletar
Se incomodar
Com as intenções
Você pode interceptar
Ondas no ar
Nas dimensões
Palavras vêm voando
E quando caem
Querem se juntar
Vão se relacionando até formar
Mais e mais refrões
Você pode descartar
Se resguardar
De alguns verões
Mas não pode mais negar
Sempre haverá
Novas canções
Palavras vêm voando
E quando caem
Querem se juntar
Vão se relacionando
Até formar
Mais e mais refrões

[Mais e Mais Refrões – Daniel Lopes]

terça-feira, 10 de março de 2009

Comprar um Melhor Amigo

Não é por uma simples questão de não ser ou não ter um melhor amigo, muito menos por não me emocionar em despedidas. O difícil mesmo é parar e não saber pra onde ir.

Queria dominar a arte japonesa do Haikai e escrever sábios textos em apenas três versos, sabendo que o mais profundo desse costume oriental é aplicá-lo na vida e não apenas compor o terceto. Se é difícil aplicar três frases simples às nossas vidas, imagine como seria aplicar alguma dessas crônicas pessoais e intransferíveis, cheias de palavras soltas e ambiguidades morais! Estupidez.

Este é o caminho
Ninguém mais o percorre
Salvo os que retornam daqui

Gostei desse outro também:

Manhã, cedo
Abrem-se os olhos e
Vê-se

Mas voltemos às palavras menos sábias: quase comprei um novo cachorro hoje. Era um gentilíssimo, manhoso e carente Labrador que avistei de longe, preso em uma pequena gaiola, à venda em um petshop. Não foi o preço, nem a mordida para chamar a minha atenção e nem a insistência da minha avó para ir embora, mas foi algo do tipo: “esse ainda não é o seu Labrador!” Sei lá, vai entender-me! Espero um dia encontrar um melhor amigo que seja meu em verdade, ou um melhor amigo que me empreste dinheiro sem usura.

No mais, planejo para 2009 a compra de um cão labrador, de uma nova guitarra Fender e de muitas outras coisas. Acho até que quero pouco... Mas há quem ache que eu não mereço! Acreditem.


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Quem Sou Eu

Pintura pré-rafaelita
Que sempre sorri de forma casmurra
Entre a ironia de Nelson Rodrigues
E as desventuras de Lemony Snicket

Entre um subúrbio de Van Gogh
E as metrópoles com neons nas esquinas
Cuja face ficou perdida no espelho
No mesmo onde encontramos Cecília Meireles

Sem a grandeza autobiográfica de Lins do Rego
Sem a verve de encantos Machadiana
Sem a força sempre de Renato Russo
Mas com a coragem dos Lulas que conheço.

[Porque ficou bonitinho!]

Usando o Flit Paralisante

Fosse mais vontade de gritar, do que de me estender em minha cama macia, talvez ouvissem a minha voz do outro lado da cidade!

Quando superei a agressividade das vontades embebidas em preguiça e inconstância, preferi me recolher na imagem imposta a mim: “Coadjuvante de histórias mornas, frases feitas e pessoas superficiais”.

Mas hoje, depois de usar o “flit paralisante” que o Cazuza tanto quis usar, prefiro bater no peito e dizer com honra: “Porra nenhuma com muito amor!” Até porque, “sempre voltam com as mesmas notícias” e continuam sem acreditar nos sonhos dos outros. (Talvez, por acharmos que os sonhos alheios sejam menos desvairados que os nossos, tendemos a não estimá-los. Que erro!) Continuam caminhando para a intolerância, apaziguando a estupidez, dando colo a quem precisa de um empurrão e colocando o pé pra derrubar quem precisa de ajuda.

Mas deixa estar, enquanto o seu dia não chega, vão falar das coisas que você faz e deixa de fazer; das idéias que teve, falarão apenas das que não conseguiu realizar; e das coisas que realizou, vão fingir não lembrar.

Feeling alone, the two, by day
Make heating and cooling
You say: "this is over!"
And I agree with you
You get away from and I think of suicide
But actually I do not even care
You always come back with the same news
I need a bomb
A paralyzing any flit
To get rid
The practical effect
Of your headwords
Of your perfect nights

Feeling alone, the two, by day
Make heating and cooling
You say: "this is over!"
And I agree with you
You get away from and I think of homicide
But actually I do not even care
You always come back with the same news
I need a bomb
A paralyzing any flit
To deny you
Well at the last moment
My world, you do not see
My dream that you do not believe

[I wanted to have a bomb - by Cazuza]

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Contextualizando a Soma Legionária

Não vou deixar me embrutecer, eu acredito nos meus ideais, podem até maltratar meu coração, mas meu espírito ninguém vai conseguir quebrar. Porque se fosse só sentir saudades, mas vem sempre algo mais e nos faz viver como há dez anos, atrás; E a cada hora que passa nos envelhece dez semanas.

Eu faço da mentira, liberdade e de qualquer quintal, faço cidade. Insisto que é virtude o que é entulho, pois baldio é meu terreno e meu alarde, mas, eu sei: É claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez...

Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá; Tem gente que machuca os outros; Tem gente que não sabe amar; Tem gente enganando a gente. Então deixa de lado essa pobreza de quem, insiste em julgar, explicar... Deixa que falem, eles não sabem, não falo pelos outros, só falo por mim: Ninguém vai me dizer o que sentir.

Na verdade, o que eu quero mesmo é provar pra todo mundo que eu não preciso provar nada pra ninguém. Por que de onde vem a indiferença, temperada a ferro e fogo? E quem é que guarda os portões da fábrica? Eu sei, é tudo sem sentindo!

Quero ter alguém com quem conversar; Alguém que depois, não use o que eu disse contra mim. Pois nada mais vai me ferir, é que já me acostumei com a estrada errada que eu segui, com as minhas próprias leis. Mas em toda e qualquer situação, eu quero todo pra cima!

Todos têm suas próprias razões! Qual foi a semente que você plantou? Tudo acontece ao mesmo tempo, nem eu mesmo sei direito. O que está acontecendo? E daí!? Se de hoje em diante, todo dia vai ser o dia mais importante.

Se a paixão fosse realmente um bálsamo, o mundo não pareceria tão equivocado! Eu te dou carinho, respeito e um afago, mas entenda: Não estou apaixonado. Nos tempos de tristeza tive o tanto que era bom e tive o teu veneno e o sopro leve do luar. Mas, quem pensa por si mesmo é livre, e ser livre é coisa muito séria; Não se pode fechar os olhos; Não se pode olhar pra trás, sem se aprender alguma coisa pro futuro.

Eu canto e canto em português errado mesmo! Acho que o imperfeito não participa do passado; Troco as pessoas; Troco os pronomes. Talvez tivéssemos, teríamos tido, tivéramos filhos, estava lhe ensinado a ler “On the Road” e coisas desiguais. Mas você só quer algodão doce.

[Falando deste post: Se você conhece um mínimo possível as músicas da Legião Urbana, já entendeu tudo!]

Bibliografia:
Um Dia Perfeito
Angra dos Reis
Teatro dos Vampiros
Os Barcos
Mais Uma Vez
Hoje
Quase Sem Querer
Fábrica
Andrea Doria
1965 (Duas Tribos)
Eu era um Lobisomem Juvenil
Longe do Meu Lado
L’Avventura
Meninos e Meninas
La Nuova Gioventú
Natália


[Se você quiser conhecer mais:]

http://www.legiao.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Legi%C3%A3o_Urbana

[Esse post tem explicação: Após 16 anos Dado e Marcelo voltaram a tocar juntos! Num tributo ao Legião em Montevideo, o que deixa qualquer legionário de carteirinha pra lá de entusiasmado!]

Omnia Vincit

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Coversão Gradual

Não quero me fazer de santo, nem almejo encontrar quem, em mim, encontre virtude, mas Deus tem me concedido uma reconstrução gradual... e desde algum tempo.

Tem dias que tenho muita vontade de gritar, correr pelas ruas, buscar soluções humanas e lógicas para os meus problemas, e só quando me concentro em tirar as mãos dos olhos, é que enxergo os caminhos que devo percorrer.

Eu sei que tenho mudado e ainda há muito o que mudar, mas há quem diga que não mudei, apenas decidi caminhar com Cristo. (Aí vocês perguntam: "Lula se converteu?!" E eu respondo: sim!). Sem Demagogia, vergonha e hipocrisia: há muito venho me convertendo! Quando tento usar a força do meu braço, Deus diz: "não é assim!" Tento traçar meus próprios planos, Deus diz: "não são esses!" E pra concluir esse parágrafo: Talvez vocês nem saibam, mas, dizer "eis-me aqui", traz uma imensa satisfação e a alegria plena de viver em Cristo.

Rotulem-me de extremista, religioso fanático, "mais um que caiu nas lábias dos pastores", que (para ser sincero), nem estou ligando! Abri e abriria mão, quantas vezes fossem possíveis, dos meus sonhos e planos por Cristo, e desta vez, sem medo, dúvidas ou falsa intensão.

Quem me ama: fique feliz.
Quem me considera: respeite.
Quem menospreza: suma da minha frente!
Hoje quero distância de companhias que não me respeitam, que não acrescentam algo e que não se deixam acrescentar.

Que Deus me ajude nessa nova caminhada.

"Me traz de volta, faz parte de mim e aonde quer que eu vá, vem sempre ao meu lado."