sexta-feira, 20 de março de 2009

Traga-me Algo pra Animar

Hoje eu sei: pensava ser maduro há tempos atrás, sem o ser. Mas será que constatarei daqui a dez anos que não sou maduro agora?

Creio que madurecer não significa perder o encanto, incrustar-se de lembranças vagas sobre situações melancólicas, pagar as contas, assumir responsabilidades, morar sozinho... mas a capacidade de refletir e tirar conclusões honestas à respeito de si. Entendo que é preciso assumir responsabilidades, guardar lembranças... Mas acho que se desfazer de ilusões é o ato crucial e por fim, ter a consciência limpa.

O problema é alcançar essa maturidade (conclusão honesta a respeito de si), quando “nosso mundo está errado; quando o que temos é um catálogo de erros; quando precisamos de carinho, força e cuidado”, e todos, por isso, se afastam. É o tal “mecanismo indiferente” que o Renato Russo nos sugeriu em seu “Livro dos Dias”.

A conclusão sincera: tenho me afastado de mim, usado de arrogância medíocre, deixando certezas juvenis para trás e “Perdendo o encanto antes cultivado”. Ando mergulhado por querer numa piscina de solidão, sem saber com o que sonhar. Perdendo o gosto pela leitura, sentindo-me velho, feio, gordo e incapacitado. Agindo de forma intolerante e mesquinha. Vestindo roupas que não me agradam. Concordando com planos que não condizem com o que acredito. E tantas outras coisas... Mas tudo isso com a consciência tranquila, por ter coragem de enumerá-los.

Prosseguindo nesse novo caminhar: Espero que, muito em breve, venha um post para o marcador “Das Coisas que Eu Entendo”.



Nenhum comentário: