Logo mais estaremos 'exercendo nossa cidadania'! Comparecendo obrigatoriamente às urnas para deixar nela registrado o que temos por melhor opção para o futuro do nosso Estado e da nossa Nação.
Vamos gente, um pouco de consciência política não é pedir demais!
Para que reclamar do meu emprego, se é por conta dele que me sustento, faço planos e, no fim, até me divirto?
Para que treinar e participar de campeonatos de kart, se no dia seguinte meu corpo reclama do sacrifício bradando dores musculares?
Para que querer quebrar a rotina, se gosto dos meus costumes, compromissos e horários?
Para que comprar roupa de marca, se a máquina de lavar não faz distinção entre elas e as falsificadas, destruindo todas de igual forma com o passar do tempo?
Para que caminhar na praia ou ir pra academia, se em dias de atividade física acabo comendo mais?
Para que escrever neste blog, se quase ninguém lê e quem lê, pouco se importa com o que é dito aqui?
Eles estão aí! Citam Clarice Lispector, Manoel Bandeira, Fernando Pessoa e Paulo Coelho. Editam seus perfis com palavras sábias de terceiros. Um verdadeiro mundo digital entre aspas!
Pseudo-intelectuais do Ctrl+C / Ctrl+V, dos emotions e das gírias digitais. Duvido muito que 99% deles tenham lido pelo menos um capítulo dos livros de onde 'sequestram' as frases de efeito para utilizar em seus 'quem sou eu'. Nem mesmo sabem qual o livro, autor ou estilo [talvez seja pedir demais né?!].
Quem sabe, melhor um pseudo-intelectual do que um alienado cultural. Talvez seja melhor cinco minutos gastos no google à procura de uma frase legal, do que nem se importar com isso. Talvez!
Mas é assim que o Brasil vai construindo a geração do futuro: os profundos-superficiais. Eles assistem a TV Globo (e mergulham na sua alienação); Ouvem todo tipo de música ruim, que hora rimam amor com dor, outra hora rimam alegria com putaria; Desenvolvem sua 'ideologia política', baseando suas escolhas em matérias 'idôneas' publicadas na revista Veja; Acreditam que os EUA realmente desceram à lua em 1969; E acham que é melhor pesquisar na wikipedia do que visitar uma biblioteca. Para esses pequenos seres, humor é aquele vídeo imbecil (muitas vezes de depreciação humana) que está 'bombando' no youtube e apenas se cadastrar no site do Greenpeace é uma ação em benefício do planeta.
Qual será o Brasil do futuro? Quais serão as músicas que essa geração vai ouvir com nostalgia na velhice? O que a mídia vai fazê-los pensar (a midiocracia)? Eu tenho medo do Brasil do futuro. E tenho medo que o acesso à informação deixe todo mundo mal informado.
Abaixo um demo-clipe de uma canção que escrevi e gravei com a MAQE há uns anos.
Coisas proveitosas às vezes a gente encontra na internet. Pesquisando mais material sobre o Aborto Elétrico para elaborar um novo post, encontrei uma faixa remaster que deveria ter sido lançada no primeiro álbum da Legião Urbana, e hoje vira faixa rara e inédita. Vale perceber, que algo nessa letra foi retrabalhado e lançado alguns anos depois com o título de "Tempo Perdido". Segue a letra: Todos os dias quando acordo de manhã Não tenho mais o tempo do dia que passou Mas tenho muito tempo para acabar com essa indecisão Espero sinceridade e perigo... Todos os dias tento chegar em algum lugar Só pra depois dizer que não quero ficar lá Não é coincidência essa minha indiferença É que está me faltando um motivo Responsabilidade me deixa sem saber Qual é a interferência ou como deve ser Todos os dias quando eu deito pra dormir Fico pensando em todas as coisas que eu não fiz Quando não penso no futuro sempre com uma leve preocupação De não lembrar qual foi o aviso Todos os dias quando eu tento esquecer Todas as coisas que eu não quero mais fazer É só inconsequência o tempo continua com ou sem ação E eu não consigo ficar indeciso Pontos de referência Perdi meu referencial E quase como sempre não foi proposital Mil novecentos e setenta e sete Quero ficar na cidade ou não Começaram a brincar com eletricidade Quero ficar na cidade ou não [1977 - Legião Urbana]